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sexta-feira, 13 de julho de 2012

O verdadeiro objetivo das rotas comerciais.


Durante muito tempo aprendemos que a expansão marítima portuguesa tinha como objetivo a descoberta de novas rotas comerciais, os produtos trazidos das Índias (China, Japão e Índia) tinham grande aceitação no mercado europeu, atingindo grandes preços. A obtenção de altos lucros fez com que Portugal empreendesse um grande investimento, descobrir uma nova rota, que levasse os navios lusitanos a esses portos lucrativos, era a meta do Rei e da nobreza portuguesa. Isso durante muito tempo foi ensinado nos livros de história.
      Hoje com as novas pesquisas promovidas por pesquisadores africanos, a versão tradicional das rotas marítimas começa a ser questionada. Na coleção História Geral da África promovida pela Unesco, no volume V capitulo: a luta pelo comércio internacional e suas implicações para a África, é possível verificar através de dados estatísticos como o comércio com o norte da África foi lucrativo para a coroa portuguesa.
Conforme o levantamento, no final do século XV Portugal tem grandes lucros com o comércio de Ouro e escravos dessa região, a Espanha, antes de empreender as viagens que cominaram na descoberta da América por Colombo, disputou o comércio e os lucros provenientes do Marrocos, o que fez Portugal declarar guerra aos espanhóis, vencendo seus principais rivais por duas vezes, uma em 1481 (Tratado de Alcaçovas) e outra em 1494 (Tratado de Tordesilhas) com estas derrotas os espanhóis foram obrigados a empreender uma nova viagem, que resultou na descoberta da América.
Fica a pergunta, se Portugal tinha o domínio desse comércio, por que ele continuou empreendendo novas viagens, descendo cada vez mais à costa? Estava procurando o caminho para as Índias?  Pesquisando a história, encontramos a seguinte situação, no inicio do século XVI, França, Inglaterra e Holanda começam a ter um desenvolvimento industrial, entre esses se destaca a Inglaterra. Portugal não comprava o ouro e o escravo dos marroquinos, o comércio era feito através de permuta, os lusitanos ofereciam produtos manufaturados é em troca recebiam o ouro e o escravo. Grande parte do ouro trocado com os africanos iam para os ingleses, na compra de produtos, com o tempo os Ingleses perceberam a potencialidade desse comercio e começaram a negociar direto com os povos africanos.
Com a perda desse comércio, altamente lucrativo, o rei de Portugal foi obrigado a aplicar recursos em sua frota marítima, descendo à costa e encontrando novos mercados. Sempre a procura de metais preciosos e de escravo, que começava a ganhar valor com a colonização do novo mundo. A história de Angola mistura-se com esse empreendimento português. Ao analisarmos esses fatos, questionamos sobre a real intenção da expansão marítima, logico, que objetivo era chegar as Índias e ter acesso às especiarias, isso não podemos questionar, mas com certeza, após a chegada à África os portugueses deixaram em segundo plano suas intenções de dominar o comércio de especiarias, talvez por isso, demoraram tanto para chegar, alias, os portugueses chegaram à Índia em 1498, tiveram altos lucros com as especiarias, porém a partir de 1530 os lucros diminuíram, é Portugal foi abandonando esse comércio. Passando a investir em sua colônia recém descoberta na América. 

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